Por Mariana Cepeda
1789 foi o ano em que o químico Antoine Lavoisier ensaiou a primeira formação de uma tabela com 33 elementos químicos conhecidos, dividindo-a em categorias. A partir daí, a famosa tabela periódica
só foi ficando mais sofisticada, organizada e maior. Atualmente, os 118
elementos químicos são sistematicamente ordenados de acordo com seus
números atômicos, camadas eletrônicas, número de elétrons na camada de
valência (camada mais externa) e propriedades físicas. Bom, entre os
metais, semimetais, não metais e novos elementos que nem puderam ser bem
classificados ainda, destacam-se alguns casos muito interessantes.
Alguns deles pudemos estudar um pouco nas aulas de química,
outros são tão recentes que só os mais novos puderam ver em seus livros
escolares. Conheça os 8 elementos químicos mais bizarros da tabela
periódica:
1- Hidrogênio
O elemento mais abundante do universo – compõe 75% de sua matéria – é o átomo mais simples existente, com número
atômico 1 e massa atômica de aproximadamente 1,00 U. Apesar de sua
abundância, o hidrogênio em seu estado natural é muito raro na atmosfera
da Terra, por causa de sua baixa densidade (a menor entre todos os
elementos conhecidos), a qual permite que ele facilmente escape do campo
gravitacional do planeta.
Nas condições normais de
temperatura e pressão da Terra, este elemento existe como gás
diatômico, o H2, e na forma de compostos químicos como hidrocarbonetos e
água. O hidrogênio não se enquadra perfeitamente em nenhum grupo da
tabela periódica e seu isótopo de maior ocorrência é formado por um
único próton, um elétron orbitando à sua volta e nenhum nêutron. O mais
incrível em relação a este elemento talvez seja sua importância para a formação das
estrelas e como principal combustível no ciclo de fusão nuclear das
mesmas, sendo, portanto, primordial na fabricação de outros elementos, a
começar pelo Hélio.
2- Hélio
Depois do hidrogênio, o hélio é o elemento de maior presença no
universo e também na composição do Sol, constituindo 23,8% desse último
(o hidrogênio representa 74,9%). O hélio é um gás nobre,
ou seja, não reage com outros elementos, e tem o menor ponto de
evaporação da tabela periódica. Esse gás só se torna líquido em
condições extremas, de alta pressão e baixa temperatura, e também tem o
ponto de solidificação mais baixo de todos os elementos químicos, sendo o
único líquido que não se solidifica apenas com a diminuição de
temperatura.
3- Mercúrio
O mercúrio é um dos poucos elementos que são encontrados em estado
líquido à temperatura ambiente. Entre estes outros – césio, gálio,
frâncio, rubídio e bromo -, apenas o bromo, além do mercúrio, são
líquidos em condições normais de temperatura e pressão. Este elemento é
um metal líquido prateado e inodoro, de alta densidade
– tão alta que é possível fazer uma moeda boiar em sua superfície! O
mercúrio é tóxico para os seres vivos e tem a capacidade de dissolver
ouro, prata, metais alcalinos e até chumbo.
4- Irídio
O irídio é conhecido também por sua alta densidade,
mas, por sua vez, é um metal sólido em temperatura e pressão padrões.
Não só este elemento tem a maior densidade da tabela periódica, como
também é o metal mais resistente à corrosão. Por causa disso, é muito usado em ligas de alta resistência que precisam suportar altas temperaturas.
5- Tungstênio
Outro metal muito utilizado em objetos que precisam ser sujeitos a altas temperaturas é o Tungstênio, o elemento com o maior ponto de fusão (3422°C!) entre todos os metais e o segundo maior de toda a tabela periódica (o primeiro é o carbono). Tem também a menor pressão de vapor e requer temperaturas próximas da temperatura da superfície solar para tornar-se gasoso, ou seja, cerca de 5000 °C!
6- Carbono
Um mesmo elemento químico pode dar origem a substâncias simples
diferentes, a partir de distintas modificações estruturais, em que os
átomos do elemento estão ligados entre si de maneiras diferentes. Essas
formas distintas de um elemento são chamadas de formas alotrópicas. No
caso do carbono, tais alótropos variam tanto que ele é capaz de ser o
grafite ou o diamante! Além disso, o carbono é a base para a vida, faz
parte de todos os seres vivos e de cerca de 10 milhões de compostos orgânicos.
7- Urânio
O urânio é o último elemento químico natural da tabela periódica e o
primeiro em que se descobriu a radioatividade. Seu átomo é composto por
92 prótons, 92 elétrons e de 135 a 148 nêutrons e tem o núcleo mais
pesado a existir naturalmente no planeta. Seus isótopos têm uma
meia-vida (intervalo de tempo em que uma amostra de um elemento
radioativo se reduz à metade) muito longa, entre 700 milhões e 4,5
bilhões de anos. Pode ser encontrado em abundância na crosta terrestre,
na forma de minerais, e é utilizado principalmente para a produção de energia,
em usinas de energia nuclear. Com uma completa fissão nuclear, 1kg de
urânio geraria 8×1013 Joules, uma quantidade de energia que
necessitaria de 3 mil toneladas de carvão!
8- Ununóctio
O mais interessante deste elemento é que pouquíssimo se sabe sobre
ele. O ununóctio faz parte dos novos elementos da tabela periódica,
criados recentemente de forma sintética. De 1994 para cá, foram
adicionados 9 elementos à tabela, do número 110 ao 118, complicando
ainda mais a difícil vida dos alunos de química. O Ununóctio foi
descoberto em 2006 e até seu nome e símbolo químico
são temporários. Ele foi detectado indiretamente e produzido através de
colisões de átomos de califórnio e cálcio em laboratório, mas sua
meia-vida é tão curta – 0,89 milissegundo – que não é possível descobrir
muito sobre suas propriedades. Há debates sobre se ele seria gasoso ou
não, e estima-se que ele será bem mais reativo que os outros elementos
de seu grupo, mas as previsões não vão muito além.
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