Mundo pode cortar emissões e promover crescimento econômico

José Eduardo Mendonça - 16/09/2014 às 17:20

Relatório de 19 nações e mais de 100 organizações traça planos até 2030

O mundo pode conseguir de 50% a 90% dos cortes necessários de emissões até 2030, e ao mesmo tempo incentivar o crescimento econômico.

Esta é a conclusão do relatório Nova Economia do Clima, a mais ampla análise já feita das ligações entre medidas contra a mudança do clima e prosperidade. Apoiado por diversos governos nacionais e usando informações de mais de 100 organizações, o trabalho estabelece um plano de ação até 2030.

Segundo Felipe Calderón, ex-presidente do México e presidente da Comissão Global de Economia e Clima, o relatório mostrou existir uma compatibilidade, mas serão necessárias mudanças estruturais. “Os próximos 15 anos serão cruciais,” disse ele hoje. “Se não agirmos nestes próximos anos, será cada vez mais caro e mais difícil adotar uma economia de baixo carbono.”

O relatório foi divulgado uma semana antes do encontro de cúpula do clima da ONU, em Nova York. O secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, está encorajando chefes de estado a se comprometerem com políticas de desaceleração do aquecimento global. Líderes empresariais também deverão anunciar suas iniciativas.

Calderón e sua equipe esperam que a evidência apresentada no relatório convença os líderes de que não precisam sacrificar suas metas econômicas. E o diretor do programa, Jeremy Oppenheim, afirmou que as ações recomendadas são do interesse de cidades, empresas e países. Segundo ele, um acordo internacional não é essencial no caso econômico, mas ajudaria.

A Comissão compreende 24 líderes de governos, empresas e finanças de 19 países. O estudo, de um ano, foi feito com institutos de pesquisa do Brasil, China, Etiópia, Índia, Coréia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos, com o aconselhamento de um painel de economistas liderados por Nicholas Stern.

Nos próximos 15 anos, diz o documento, mais de U$ 90 trilhões serão investidos em infraestrutura em cidades, na agricultura e em sistemas de energia. O mundo, afirma, tem uma oportunidade sem precedente de fazer investimentos em baixo carbono, o que irá trazer empregos, saúde, produtividade e qualidade de vida, informa o Click Green.

Foto: akeg/Creative Commons/Flickr

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